Dez Ensaios de Prosa Chinesa

Caros Leitores;
O que agora se apresenta são dez breves, sucintas e maravilhosas peças da prosa chinesa clássica. Possuídoras cada uma de um sentido peculiar, ensejam a apreciação e a reflexão.



1. Nota sobre a Montanha da Vila de Pedra

Partindo de Sichuan, o caminho vai direto ao norte. Ao descer do porto da montanha, o caminho se bifurca; para oeste, não se encontra nada de interessante; e para o norte, logo se vira para o leste. A quatro léguas de distância, o caminho se vê interrompido por um rio. A beirada do rio tem rochas cujos tetos se assemelham a vigas e colunas. Ao lado, há uma espécie de muralha e algo parecido com uma porta. Dentro, reina a escuridão. Se alguém lançar um grito, ouvirá apenas o burburinho da água, como em uma caverna; o eco ressoa algum tempo e depois cessa.

Dando uma volta, se pode chegar ao alto; dali se descobre uma vista muito ampla. Sem que haja terra fértil, crescem lindas arvores e magníficos bambus profundamente enraizados. As plantas, ora ralas, ora frondosas, ora inclinadas, ora retas, parecem haver sido dispostas por algum ser consciente. Há muito tempo venho me perguntando se há um criador de todas as coisas; aqui me inclino a pensar que sim.

No entanto, me surpreendo que não haja algo assim na China, e que ele se exponha assim em terras bárbaras, e podem passar centenas e milhares de anos sem que alguem possa testemunhar a beleza desta obra. Realmente, isso seria desperdiçar seu talento. Um ser consciente não atuaria assim; será então que não há um criador? Alguém me disse: isso está aí para consolar os sábios no exílio. Outro me disse: é próprio destas terras não produzir homens de talento, mas sim coisas como esta. Por isso que no sul existem existem poucos homens e muitas rochas. Mas eu não acredito em nenhuma dessas explicações.

Liu Zongyuan (773-819)


2. O inseto chamado Fuban
O Fuban é um pequeno inseto capaz de levar cargas sobre o lombo. Quando encontra algo em seu caminho, colhe imediatamente e, levantando a cabeça, deposita em seu lombo e leva. Deste modo, o peso que transporta é cada vez maior; no entanto, quando está cansado a ponto de sucumbir, segue fazendo o mesmo até não poder mais. Como seu lombo é rugoso, as coisas se acumulam ali sem cair nem se perder.

No final, o inseto tropeça e cai no chão, e com tanto peso, não consegue mais levantar-se. Às vezes as pessoas tem piedade dele e tiram a carga de suas costas. Mesmo assim, quando se vê livre, levanta e começa a fazer as mesmas coisas de antes. Como também gosta de trepar cada vez mais alto, com a carga nas costas, chega um momento em que ele se esgota, cai no solo e morre.

Hoje os homens anseiam por acumular bens; apenas o encontram e, no lugar de evitá-los, tomam-no e começam a aumentar seu patrimônio, sem perceber as conseqüências disso. Seu único temor é não acumular bastante.

Acabam exaustos e tropeçam, vendo-se então obrigados a abandonar tudo, pondo-se em marcha e se instalando em outro lugar. Tanto o fazem que, não raro, terminam doentes. mas quando conseguem se levantar, começam a fazer tudo igual, de novo.

Cada dia que passa, estes homens pensam em subir de posição, em aumentar sua fortuna; sua conduta e sua avidez crescem sem cessar e acabam levando-os ao perigo e a queda final. Mesmo vendo que muitos antes deles perderam tudo e morreram, não sabem aprender com o exemplo.

Por mais imponente que seja o seu aspecto, e quão eminente seja sua posição, este levam o nome de "homens", mas abrigam a mente de um inseto. Isso não é realmente triste?

Liu Zongyuan


3. Nota sobre o Pavilhão Yueyang

Considero que a beleza de um lugar consiste por completo no lago Dongting. Este lago, bordeado ao longe pelas montanhas que envolvem o rio azul, estende suas àguas sem limite nem obstáculo. Refulgente pela manhã, sombrio a noite, mil são suas facetas mutáveis. Assim é a paisagem do Pavilhão Yueyang, tal como descreveram os antigos. Viajantes e poetas, que se reúnem aqui com freqüência, podem permanecer indiferentes ao encanto da natureza?

Quando chove sem cessar e o céu leva meses sem despejar-se, quando um vento lúgubre uiva furioso, criando ondas turbulentas, quando o sol e as estrelas tem seu brilho velado, quando as colinas e montanhas se desvanecem, quando viajantes e comerciantes deixam de circular, quando os mastros se rompem e os remos se quebram, quando está escuro já ao entardecer, quando os tigres rugem e os macacos urram, os que estão longe de sua terra natal e a levam no coração, os que sofrem calúnias e injustiças, ao subir neste pavilhão e testemunharem tal espetáculo de desolação, sentem exacerbar-se suas emoções e dores.

Mas, quando a primavera é aprazível e a paisagem luminosa, quando a agua esta límpida e não se distingue do céu, quando o lago é uma imensa turquesa, quando as gaivotas voam soltamente e se reúnem em bando, quando os peixes saltam, quando nas margens as iris e as orquídeas exalam seu perfume; ou quando um véu negro oculta o céu, quando brilha a lua a mil léguas, quando seu brilho se derrama como ouro liquido através de seu reflexo imóvel semelhante a um disco de jade a flor d'água, quando o canto dos pescadores se responde por todas as partes, o gozo que se sente então é imenso, o coração fica despojado e a alma exultante. Se esquecem as honras e os ultrajes, e com um copo de vinho na mão, respira-se a brisa. A felicidade então não tem limites.

Se a reação dos sábios de outros tempos não foi essa como acabei de descrevê-la, qual seria a razão? Esses homens não tomavam o externo como motivo de alegria e nem o pessoal ou o interno como motivo de pena. Se ocupavam altos cargos na corte, sua preocupação era o povo; se estavam exilados, entre rios e lagos, o objeto de dua solicitude era o príncipe.

Esses homens viviam na inquietude tanto quando serviam como quando caiam em desgraça. Quando desfrutavam, então? Para isso só há uma resposta: se preocupavam antes com o que se preocupava o mundo, e se alegravam depois que o mundo tivesse se alegrado. Se não forem estes homens, quem eu tomarei por guia?

Fan Zhongyan (989-1052)


4. O Pavilhão do Velho Bêbado

Uma multidão de montanhas rodeiam chu. No sudoeste se encontram os picos, os bosques e os vales mais belos. O que se vê, ao longe, imponente, verde e exuberante é o monte Iangya. Caminhando seis ou sete léguas para o monte, se começa a ouvir o rumor de uma torrente que flui borbotando por um desfiladeiro; é a cascata quente. E no lugar em que o desfiladeiro forma um reentrância, o pavilhão do velho bêbado se alça nas alturas junto a cascata. Quem o construiu? Foi o ermitão budista Zhixian. Quem deu esse nome? Foi o governador.

O governador vem com seus amigos para beber no pavilhão. Apenas começa a beber e se embriaga. Com sua idade avançada, se fez chamar de velho bêbado.

A embriaguez do velho bêbado não vem do vinho, senão de sua estada entre os montes e os rios. O gozo da paisagem penetra em seu coração e se manifesta por meio do vinho. Quando sai o sol, as névoas do bosque se dissipam; quando as nuvens regressam para a montanha, as rocas se escurecem. Essa sucessão de luz e sombra são o que dão o amanhecer e o anoitecer ao monte.

Os campos florescem, exalando suaves aromas; as arvores, em seu explendor, estendem suas frondosas sombras. O vento sopra lúgubre, trazendo o sereno; o céu é alto e límpido, o caudal dos rios baixa, e afloram as pedras do leito. Assim são as estações na montanha.

Se alguém sobe à alba e regressa ao acaso, ao longo das quatro estações, os aspectos da paisagem vão mudando, proporcionando ao caminhante um prazer infinito.

Cantam os trabalhadores do vale; os passantes descansam debaixo das árvores; os que encabeçam as marchas gritam com os que estão mais para trás; homens curvados pelo peso de suas cargas vão e vem e cessar. Era uma excursão das gentes de Chu.

Vão pescar na cascata: as águas são profundas, os peixes são grandes. adicionam agua da torrente ao vinho, a água é deliciosa e deixa o vinho picante.

Os manjares do monte, as verduras do campo dispostas em abundancia são o festim do governador. O deleite do festim não procede da música que o acompanha. Alguns desfrutam do tiro com arco, outros jogando xadrez, cartas ou go. Sentados ou em pé, os convidados cantam e conversam em grande algazarra; o homem de rosto violáceo e cabelo calvo e enevoado no meio de todos os outros é o governador bêbado.

Pouco a pouco, o sol do entardecer se poe atrás das montanhas, as silhuetas das pessoas se dispersam e se agitam: o governador e seu séqüito começam a voltar. O bosque escurece, o canto dos pássaros se espalha para quem quiser ouvir; os passantes se vão, e as aves se alegram.

As aves sabem desfrutar os montes e rios, mas não entendem o gozo que estes produzem nos homens. Os homens sabem desfrutar dos passeios, mas não entendem o gozo que este produzem no governador.

O bêbado que pode experimentar este gozo e, uma vez desanuviado, contá-lo por escrito, é o governador. E quem é o governador? Ouyang Xiu, de Liuling.

Ouyang Xiu (1007-1072)


5. Discurso de amor sobre os Lotos

Das flores que crescem entre as ervas e as árvores, no solo ou na água, muitas são as que podem agradar.

Tao Yuanming, o grande escritor, adorava os crisântemos. A partir da dinastia Tang, as pessoas começaram a gostar das peônias. Somente eu, porém, gosto dos lotos. Brota sem mácula do lodo, se banha em água turva. Não é sofisticado nem chamativo; seu talo é oco e erguido, não tem ramos nem galhos. Seu perfume é puro a distância, distinto, sem máculas. Pode ser visto de longe, mas podemos chegar perto dele e ficar brincando com sua flor por puro divertimento.

Enquanto isso, o crisântemo é, entre as flores, a que mais se oculta deste mundo. A peônia vermelha é, entre as flores, a que mais representa a riqueza e a nobreza. O lótus, no entanto, representa o sábio.

Desgraçadamente, desde Tao Yuanming, poucos são os que apreciam o crisântemo; quanto ao lótus, acho que sou o único, e mais ninguém além de mim. No entanto, todos os outros parecem apreciar as peônias...

Zhou Dunyi (1017-1073)


6. Os peixes do lago

Estava tomando um chá numa pousada as margens de um lago. Salgueiros frondosos davam sombra a minha janela, e as águas do lago eram de um azul profundo. Centenas de peixinhos se reuniam debaixo de minha janela.

Para me divertir um pouco, mastiguei um pouco de tofu e o cuspi no lago; os peixes se precipitaram todos para devorá-lo. Mas, depois de comer, se iam todos embora. Ao final, só ficaram uns três ou quatro. Lhes joguei um pouco mais de tofu, mas este desapareceu em meio as plantas aquáticas sem que nenhum deles viesse comê-lo.

Acreditei, de início, que os peixes foram embora porque estavam saciados. Mas logo depois, observei um burburinho na água, percebi que os peixes estavam ali reunidos novamente e comiam alguma coisa, como estavam a fazer agora há pouco.

Compreendi, então, que antes de jogar o anzol, os pescadores atiravam comida na agua para atrair os peixes. No princípio, os peixes vinham pela comida, mas acabavam no anzol. Logo que se deram conta disso, aprenderam a comer rapidamente e ir embora, pois sabiam que depois vinha o anzol.

Serão os lagos da glória humana os únicos que não tem anzol? E, no entanto, quantos homens existem que, quando lhes oferecem comida, se vão antes de estarem saciados, salvando-se assim de um perigoso anzol?

Lin Shu (1852-1924)


7. O Pavilhão da Chuva Gozosa

O pavilhão recebeu este nome para comemorar uma alegria. Quando os antigos tinham algum motivo de alegria, costumavam batizar as coisas com o este nome, em sua honra, para não esquecê-lo. Os motivos de alegrias podiam ser muitos, grandes ou pequenos, mas a maneira de mostrar que não queriam esquece-los era sempre a mesma.

No ano seguinte a minha nomeação em Fufeng, mandei levar a cabo certas obras dentro de minha residência. Assim, fiz construir este pavilhão ao norte da sala de audiências. Ao sul do pavilhão fiz cavar um poço e enchi-o d'água. Plantei árvores ao redor para convertê-lo em um lugar de repouso.

Na primavera havia aparecido trigo na vertente oriental da montanha. Se decidiu que este fenômeno pressagiava uma abundante colheita. No entanto, depois deste dia passou um mês inteiro sem chover, e o povo começou a se preocupar. Depois de três meses sem chuva, choveu um dia, e depois outro; mas os camponeses julgaram que não era o suficiente. Por fim, houve uma chuva que durou três dias.

Todos os oficias se reuniram no pavilhão para celebrar a chuva; por sua vez, os comerciantes se reuniram para cantar na praça do mercado, e os camponeses fizeram festas nos campos. Todos os que haviam estado preocupados se alegraram, e os que estavam enfermos, se curaram.

Nesta mesma época, meu pavilhão acabou de ser construído, e organizei um festim para o qual convidei vários amigos.

-que teria ocorrido se a chuva demorasse mais cinco dias para chegar?, perguntei.
- não teríamos mais trigo, disseram.
-e se tardasse dez dias?
- perderíamos as colheitas de outono.
-sem trigo nem cereais das demais colheitas, - eu disse -, seria um ano de muita fome. haveriam inúmeros litígios, os bandidos e ladroes semeariam a desordem por toda parte. De que modo poderíamos então nos divertir, agora, como estamos fazendo, neste pavilhão?

O céu não abandonou o povo; ante a seca, enviou a chuva benevolamente. Assim pudemos nos reunir para festejar. Isto se deve unicamente a benção da chuva. Podemos esquecer uma coisa dessas?

E assim, no momento de dar um nome para este pavilhão, compusemos a seguinte canção:

se do céu caíssem pérolas os que tivessem frio não teriam com que se abrigar se do céu caísse jade os que tivessem fome, não teriam o que comer de quem é o mérito desta chuva? -do governador, disse o povo! o governador não aceitou, e o atribui ao imperador “não é assim”, disse o imperador, e atribui ao criador o criador considerou que isso não era justo, e atribui ao universo o universo é imenso e ilimitado não abarca nome algum que eu possa dar ao meu pavilhão.

Sushi (1036-1101)


8. Inscrição de uma humilde morada

As montanhas não obtém fama por sua altura, mas porque nelas vivem algum imortal. Os rios não adquirem seu renome por sua correntes, mas sim porque algum dragão torna mágicas as suas águas.

Esta humilde morada só tem o perfume da minha virtude.

O musgo esmeralda cobre seus alpendres, e o verdor da erva invade suas cortinas. Mas aqui, são os grandes letrados que conversam e riem, não vem nenhuma pessoa que não tenha alguma importância.

Podemos tocar a sensível cítara, podemos estudar os valiosos sutras. Não há orquestra alguma que estrague o ouvido, nem documentos oficiais que importunem a nós.
Confucio disse: que há de mal nisso?

Liu Yuxi (772-842)


9. Elogio da virtude do vinho

Há um homem superior que considera a eternidade como uma manhã, dez mil anos como um abrir e fechar de olhos; o sol e a lua como suas janelas, os oito confins do mundo como seu pátio e ruas. Caminha sem seguir rotas nem deixa pegadas; vive sem casa e sem abrigo; o céu o serve de tenda, a terra o serve de esteira; onde que que vá, seu desejo é seu guia. Quando pára, pega um copo e uma garrafa; quando se vai, leva uma jarra e um vaso. Só se ocupa de vinho, não conhece outra coisa.

Um jovem nobre e um letrado de renome ouviram falar de sua maneira de viver e o criticaram. Agitaram suas mangas, balançaram suas túnicas, rangeram os dentes e ficaram de olhos injetados. Falaram longamente dos ritos e das leis, e o bem e o mal povoam seus discursos como um enxame de abelhas.

Enquanto isso, o mestre dispôs uma bandeja e sustentava um jarro de vinho com as duas mãos. Levou a bandeja para a boca e derramou todo o vinho pela garganta. Despojou-se, e sentou cruzando as pernas. Sua cabeça descansava na terra, seu corpo jazia no pó. Já não tinha mais pensamentos nem sentimentos, sua felicidade era infinita. Assim permaneceu, ébrio e privado de sensações, até que recobrou por si mesmo os sentidos.

Por mais que escutasse, não ouvia o fragor da conversa; por mais que buscasse, não via as montanhas. Não sentia nem frio nem calor atacar seu corpo. Não o incomodava nem a alegria nem o desejo. Contemplava o mundo das alturas, como uma tumultuada confusão de seres, como algas boiando ao sabor da correnteza de um rio. Os dois homens que falavam com ele eram como abelhas, ou parasitas de uma amoreira.

Liu Ling (século 3 d.C.)


10. Prefácio da Antologia do Pavilhão das Orquídeas

Nos instalamos junto ao um canto do arroio para lavar nossos copos, e todos nos sentamos em ordem. Nos faltava o deleite de uma orquestra, mas um copo de vinho e uma canção eram suficientes para dar rédea solta aos nossos sentimentos poéticos.

O céu era luminoso e o ar puro; uma suave brisa soprava leve. Acima contemplávamos a imensidão do céu , abaixo examinávamos a riqueza da natureza. O espetáculo que se abria ante nossos olhos causava sensações bastantes para levar ao extremo a alegria de ver e ouvir. Era, na verdade, prazeroso.

Quando os homens debatem acerca do tempo, alguns expressam o que trazem consigo e falam de sua casa; outros seguindo suas peregrinações, discorrem livremente sobre os acontecimentos externos. Mas, ainda que ambas as atitudes sejam opostas, ainda que alguns se agitem e outros permaneçam tranqüilos, todos se alegram em reencontrar-se e durante alguns instantes ficamos em paz, felizes, e esquecemos que a velhice nos acerca. Uma vez que conseguimos o que buscamos, nos cansamos dele; os sentimentos mudam de acordo com os acontecimentos; então vem a decepção. O que nos atraía num instante se converte em vestígio do passado; no entanto, não podemos impedir que nos assalte a emoção de pensar nisso por um momento. O que dura e o que é breve, tudo muda e tudo chega ao fim no nada. Os antigos diziam: a vida e a morte são grandes questões. Isso não é triste?

Cada vez que penso nas causas que comoveram os homens de antigamente, encontro exatamente as mesmas que as nossas. Nunca li uma obra antiga sem suspirar com pesar, sem entender esta profunda emoção. No fundo, sei que a igualdade da vida e da morte, da longevidade ou da morte prematura, não são mais do que discursos mentirosos. E a posteridade considerará nosso tempo como nós consideramos os tempos passados! Que desgraça!

Por isso ordenei que as obras de meus contemporâneos fossem copiadas. Ainda que variem as épocas e condições, as coisas que suscitam a emoção humana são as mesmas sempre. E sei que os leitores dos séculos que virão sentirão ante estes escritos estas mesmas emoções.

Wang Xizhi (312 - 379)

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