Se não há mal absoluto, e se ele é fruto da ignorância, há que se admitir também que existem pessoas demais no mundo que militam na ignorância. E nisso, eles se desdobram na prática do que é inapropriado.
A questão é: diante do mal, sabemos que a melhor resposta é a educação. Mas se ele se manifesta de modo direto e ameaçador, o que fazer?
Alguns insistem que a inação é o meio certo de se combater o mal. Mas quanto tudo estiver destruído e o mal, esgotado em si mesmo permitir o retorno do bem, o que terá sobrado? Quem será testemunha do novo ciclo da mutação?
Do mesmo modo, combater o mal com o mal é usar ignorância contra ignorância. O tratado das mutações afirma isso: os maus, perante o desagrado, reagem com violência. O sábio, porém, não deve usar da mesma. Confúcio, porém, disse: “retribui o bem com o bem e o mal com justiça”, o que significa: não se pode tolerar o mal que corrói e destrói a tudo.
Um sábio, pois, busca educar; quando isso falha, aconselha; quando isso falha, adverte; e quando isso falha, invoca a punição justa sem excesso, mas adequada a inibição e correção do mal.
Em face do mal, pois, é preciso combatê-lo com prudência, cuidado e paciência. Não existe a idéia de extirpá-lo pela simples abominação que ele causa, mas pelo desejo sincero de reformar o mundo pelo humanismo. Nada se ganha apenas punindo ou lutando com tenacidade. A obstinação deve ser em esclarecer, e tornar a vida de todos melhor.
Ainda que as propensões levem os seres aos desatinos, o ajuste constante é o melhor meio de combater o mal pela raiz. A supressão violenta causa rancor e temeridade, a leniência e a indisciplina permitem a desagregação da cultura.
Atenção, dedicação, educação e paciência. Em face do mal, são as melhores armas.
Mas o sábio carrega uma espada consigo.
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