Dizer a verdade ou o que é bom? E como admitir que ambas não são a mesma coisa?
Ao consultar o Ijing, - o tratado das mutações – a ânsia de uma boa predição é proporcional a eficácia do conselho. Quem, porém, já não sofreu a indisposição absoluta de receber um conselho contrário, ou de ser apresentado a uma limitação?
Há muito subterfúgios para se reler um mau augúrio: o despreparo íntimo, a pressa, a ansiedade, a incompreensão. Mas o Ijing não falha. Falhamos nós? Então, porque consultar o oráculo?
Por outro lado, na ausência total de uma perspectiva, buscamos a resposta nas mutações. Se nos soa favorável, tomamo-las por verdade, capaz de operar as mudanças necessárias.
Não é preciso muito, pois, para saber que é necessária coragem e sabedoria para consultar o livro. Só assim há capacidade de discernimento para averiguar o apropriado e o inapropriado. Mas quem tem coragem, sabedoria e discernimento, precisa consultar o oráculo? Só por humildade. E o humilde não se dispõe a fazê-lo por respeito...
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