O objetivo deste trabalho é o de investigar e analisar brevemente se existiu no Antigo Império Chinês, durante a dinastia Qin e Han (III a.C. – III d.C.) um sistema imperial pautado nas relações de Centro/Periferia tal como o que se aplicou ao império romano no artigo de Rowlands (1987), autor que nos serve de base neste estudo.
Assim sendo, iniciarei o trabalho com uma breve visão do desenvolvimento do imperialismo chinês antigo e depois, analisarei, sob os diversos aspectos propostos por Rowlands, a validade ou não deste sistema para a China da época.
A construção da idéia de Império Chinês.
Desde cedo os chineses se preocuparam em criar a idéia de que a China havia sido um Império desde suas origens. O primeiro soberano místico, Huangdi, é essencialmente o “Imperador Amarelo”, “criador” desta instituição política (Granet, 1979).
Mas é difícil perceber em que hora os chineses antigos construíram esta concepção de poder. Aparentemente, Confúcio[1], no século VI a.C. já compartilhava desta crença, deixando entrever nos seus escritos que a massa acreditava que o Imperador era de fato o Filho do Céu e que havia recebido o mandato Celeste. A historiografia e a arqueologia não concordam, porém, com o ponto de vista do nosso antigo filósofo; Marcel Granet cita, por exemplo, o fato da China se organizar, antes da dinastia Qin (III a.C.), no período Zhou, muito mais como uma confederação de reinos ligados por laços feudais ao Imperador do que propriamente num regime monárquico centralizador. E, de fato, sua análise é corroborada com os estudos recentes (Yates, 1997) sobre a mais antiga dinastia conhecida, a Shang, que demonstram a existência de organizações políticas semelhantes a cidades – estado na antiguidade remota. Assim sendo, a idéia que podemos ter sobre Império Chinês, tal como um sistema político centralizado na figura de uma entidade monárquica única, só pode ser observável de fato a partir do período Qin.
Voltemos a cronologia chinesa: organizada sistematicamente por Sima Qian, no século I a.C.[2], sabe-se atualmente que grande parte das datas citadas pelo mesmo são corretas até o ano de 842 a.C., graças ao domínio chinês das técnicas de calendário e dos sistemas de datação. O que se tem a discutir são os períodos históricos anteriores a este, onde a fantasia se mistura coma realidade histórica.
O primeiro período chinês seria o dos três augustos (Foxi, Nugua e Shengnong), heróis civilizadores que ensinaram ao povo as técnicas de domínio da natureza. Segundo a datação de Sima Qian, o período de vida destes seres mitológicos estria situado em torno do século 30 a.C., precedido pelo aparecimento de Huang Di, o soberano amarelo. Ele é o primeiro dos 5 soberanos que governaram a China antes do aparecimento da dinastia Xia, teoricamente no século XX a.C. Depois disso, teria vindo a Dinastia Shang, no século XV a.C., Zhou, que teria governado entre X-V a.C., até a época dos Estados Combatentes (481-221 a.C.), quando há a unificação da China, no final do período, pela casa de Qin.
Os problemas ocorrem quando confrontamos os resquícios arqueológicos com esta realidade textual; nem mesmo o próprio Sima Qian garantia, após o século IX a.C. a validade das datas e eventos. Hoje, sabe-se que a dinastia Xia tem alguma chance de ser comprovada, mas ainda é objeto de especulação. O período dos 3 Augustos tem descrições muito próximas do período proto – histórico, o que faz parecer com que elas seriam referências folclóricas sobre uma realidade material antiga. Já o período Shang, como foi dito, existiu e proveu o mundo de uma farta realidade material, mas nem de longe era o Império que se propunha ser, com uma organização política fragmentada e confusa (Watson, 1969). O período Zhou, longe de inaugurar um império, criou de fato o feudalismo chinês, causa principal da desagregação social que começara a preocupar Confúcio e Laozi no século VI a.C. e que culminara no período de conflito dos Estados Combatentes. Só em 221 a.C. é que Qin unificará o território, e sobre a égide de uma doutrina política extremamente radical e cruel, o Legismo, [3] será criado um Imperium na acepção da palavra, governado por um soberano que se auto intitulou Qin Shing Huang Di (primeiro soberano amarelo de Qin). Somente depois ascensão desta Dinastia é que compreendemos, na História da China, a existência desta instituição política. Mas se a organização proposta pelos Qin sobreviverá até o século XX de nossa era, a dinastia no entanto foi efêmera: logo após a morte do mesmo, em 210 a.C., houve uma guerra civil que só terminaria 4 anos depois com a subida ao poder dos Han, inaugurando um período de esplendor para a China antiga.
Centro e Periferias na China
No caso específico do Império chinês, não podemos dizer que houve uma cidade, em especial, que funcionasse como centro cultural e político, tal como foi Roma. Como vimos, a organização em cidades – estados e mesmo eu feudos já havia passado há tempos na História do País. No entanto, existem duas formas pelo qual nós podemos concentrar nossas análises na definição de um centro: as casas reais e as capitais chinesas.
As casas reais constituíam um aglomerado de famílias, clientes e dependentes que formavam uma entidade política representada pela existência dos reinos no território chinês. Na época dos Estados combatentes, houve uma fusão que aglomerou em 7 reinos essas casas reais, dos quais faziam parte o Estado de Qin, que unificaria a China e o Estado de Han, que não teria mais poderes políticos na época do Império mas que serviria de referência para o nome da nova dinastia criada por Liu Bang, camponês advindo desta comarca que adota a efígie de sua terra natal como título dinástico.
As casas reais são essencialmente as definidoras e executoras das práticas políticas, sociais e econômicas que existiam na época. No entanto, sua constituição física é dispersa pelo território do reino, e ela só começa a ganhar força como entidade geográfica com a construção das capitais imperiais.
Essas capitais já existiam desde o tempo dos Zhou, mas não eram levadas muito a sério pelo sistema feudal, sendo vista mais como uma corte de festas e diversões do que como um centro político.
As capitais fundamentais para o império chinês na antiguidade seriam, assim, Chang An e Luo Yang, as duas capitais do Império Han que continuariam a ser, por muito tempo, capitais de outras Dinastias. Elas não existem concomitantemente: Luo Yang só seria capital dos Han no período posterior (I-III d.C.). O que importa para nós, porém, é perceber que começa aí um processo de concentração de poder onde a corte e grande parte do alto funcionalismo dirige-se para a capital, que se torna assim um verdadeiro centro político e cultural. Chang An, por exemplo, foi uma capital planejada, traçada segundo um plano esotérico – funcional que contou um milhão de habitantes na época Han e que servia de base inicial da rota da seda, o que por si só já demonstra sua importância material. O que concluímos é que no período Han, este centros começam a ser definidos, por conseguinte, em torno das capitais imperiais, nas quais são planejadas as políticas sociais e econômicas que afetaram a vida do Império como um todo. Na capital imperial era divulgado o calendário, que regia a vida e as atividades produtivas da população. Este centro, portanto, que desenvolve uma relação de poder com as áreas periféricas serve, por conseguinte, como o centro que buscamos identificar. As áreas periféricas chinesas, porém, são substancialmente diferentes em contexto e situação daquelas que compunham o império romano, marcado por uma diversidade de grupos étnicos e culturais. Na China, o maior desafio para o império Qin parece ter sido o de abarcar as áreas compostas por chineses não assimilados pela estrutura político – geográfica do Estado. A maior parte do território imperial, por conseguinte, se compunha de uma população essencialmente semelhante, de uma mesma etnia, com poucas variações (Gernet, 1979). Não houve assim dificuldade para o poder central Qin determinar as relações de poder que iria desenvolver coma s áreas periféricas, e este processo apenas se acentua e aperfeiçoa-se com a dinastia Han.
As áreas semi – periféricas, porém, é que são mais interessantes, sendo instáveis, diferenciadas e variáveis. Na fronteira norte, por exemplo, o Imperador Qin mandara construir a grande muralha, separando a China dos Xiong Nu (hunos) que ameaçavam suas terras. No entanto, se norte a China “termina”, as semi periferias do nordeste, do sul e do oeste encontrariam uma grande variabilidade de situações: durante os Han, a Coréia, por exemplo, se torna reino tributário, ponte cultural da China com o Japão. Já o Vietnã tornou-se uma possessão, conquanto o Turquestão, na Ásia central, tornar-se-ia apenas um protetorado nas mãos do general Ban Zhao, no século I. d.C.(HS, 86-88) A definição dessas periferias parece cumprir muito bem o plano de dominação elaborado pelo poder central da dinastia Han: assegurar seus interesses na rota da seda, controlado áreas estratégicas no centro e no sul da Ásia, bem como fortalecendo suas posições contra invasões vindas do norte através de alianças estratégicas. Da mesma forma, a cultura chinesa parece aí como um elemento aglutinador, que torna acessível às populações não chinesas a inserção em um sistema de escala maior e internacional, em contraposição as realidades locais e restritas.
Hierarquia e sistemas de exploração
O sistema político imperial chinês respondia, em escala macro-cósmica, às relações de dominação e manutenção da desigualdade presentes, em escala micro cósmica, na sociedade chinesa. A hierarquia determinada pelo sistema produtivo, essencialmente controlado pelo centro Han, garantia a criação de excedentes negociáveis que serviam, basicamente, para a aquisição de mercadorias e produtos que servissem como demonstrativos de acúmulo de riquezas e prestígio social. Embora a sociedade imperial chinesa não estivesse mais pautada em normas feudais (Granet, 1981), a criação da burocracia permitiu que surgissem novos grupos dominantes que continuavam a reproduzir este sistema de distribuição desigual de rendas. Os altos funcionários, seguidos pela nascente burguesia mercantil e pelos donos de manufaturas e fazendas de seda e cavalos compunham um estrato social que devidamente organizava a sociedade numa estrutura produtiva que assegurava a manutenção de seus privilégios (Ch’u, 1972). No tempo Han, no entanto, algumas práticas de apaziguamento público, tal como a distribuição de grãos, e a criação de escolas e hospitais públicos asseguravam um controle maior sobre a massa. Além disso, o método de exames para a admissão na burocracia imperial permitia que houvesse uma mobilidade maior entre os grupos sociais, permitindo ocasionalmente a ascensão de elementos advindos das classes inferiores.
O grande passo realmente dado pelos Han no sentido de hierarquizar a sociedade foi a adoção da doutrina confucionista[4], cujos aspectos ideológicos contribuíram, em muito, para o controle da população. Uma tentativa anterior havia sido feita pelos Qin com o Legismo[5], mas que surtiu pouco efeito, restringindo-se ao campo jurídico. As observações que podemos fazer com segurança em relação à este fatos nos mostram que a adoção de práticas ideológicas, aliadas ao controle político e econômico da sociedade, mantiveram um sistema de desigualdades que continuava a responder as necessidades do poder central de hierarquizar e dirigir a vida da população, inserindo-a numa nova perspectiva de governo e de cultura que articulava a produção e transmitia aos grupos sociais uma noção de ordem maior.
Cosmologia do sistema
A necessidade da idéia de uma “grande ordem” que assegurasse a existência do sistema centro / periferia aparece de forma bem clara na China Antiga. Essa ordem era assegurada pela interpretação que os chineses tinham sobre sua sociedade: de que ela seria uma reprodução do céu na terra e que todas as calamidades e malefícios seriam afastados pela presença e condução segura de suas vidas nas mãos do Imperador, o “filho do céu”, aquele que detém o “mandato celeste”, para interpretar os signos do céu e controlar a natureza, harmonizando assim a sociedade com seu meio e entre si.
Parece-nos que esta noção se relaciona diretamente com idéia proposta por Rowlands (p.8) de que o Império romano pareceria ser, aos olhos dos subjugados, um sistema maior, que os colocaria diante de um poder seguro e duradouro que cuidaria de suas vidas e os permitiria avançar materialmente.
Na China esta idéia parece ser mesmo anterior ao surgimento do império, mas desenvolve-se com sua expansão. O fato dos chineses consolidarem a rota da seda em direção ao Ocidente e do poder militar se espalhar em várias direções fez com que as elites locais de todas as partes com as quais a China tivesse contato se interessassem, em maior ou menor grau, em absorver a cultura chinesa, língua, etc. É isso que fará com que o Japão, por exemplo, mesmo não sendo uma possessão chinesa, aprenda a língua e os costumes desse povo como uma cultura superior. Na Coréia , no Vietnã e na Ásia central este processo se repetirá (Aymard, 1993). Tantos foram os povos que se permitiram (ou foram incluídos) neste sistema que uma porta da grande muralha, que marca a última entrada da China ao Norte, traz inscrições em várias línguas diferentes correspondentes aos grupos que obedeciam ao imperador, e muitas simplesmente não são conhecidas hoje.[6]
Esta ordem celeste já preocupava Confúcio desde o século VI a.C.[7]. O império chinês surge no século III a.C., assim, como uma forma de consolidar esta concepção, criando uma práxis política segura e duradoura para manutenção da mesma.[8]
Estes fatores associados é que levam diversos povos estrangeiros a buscarem se inserir no sistema imperial chinês, reforçando então a idéia de que mesmo as relações hierárquicas desiguais impostas pelo regime centro / periferia não seriam, por fim, o grande impedimento para a evolução material e intelectual das mesmas, o que parece corresponder à realidade da construção política imperial da época.
Ciclos históricos
Este último ponto, apontado por Rowlands (p.9) em seu artigo também parece ter uma validade interessante para o nosso estudo. O império chinês sofreria, de fato, com a passagem de dinastias e com crises políticas e sócias, ocorridas principalmente nas épocas de carestia. Mas é interessante notar que a instituição política da monarquia imperial se manteve, durando como regime político até épocas recentes da nossa história.
Os ciclos hegemônicos, determinados pelos períodos de desagregação dos poderes centrais, são muito bem marcados pelas alternância de casas reais, que em determinados períodos históricos da china se lançam à uma luta ferrenha para assumir o mesmo poder que elas consideram como ideal, o poder imperial. Eminentemente ligados à noção de grande ordem manifesta no mandato celeste, a circularidade dos regimes monárquicos chineses apresenta de forma significante a realidade de que, apesar do sistema político tido como ideal, o desgaste das estruturas matérias e a degradação da moralidade política e social lançaram sazonalmente o país em momentos de crise total, tais como o período dos Estados combatentes, ou como será depois da dinastia Han, no período dos Reinos.[9] Estes ciclos parecem ser tão patentes que o próprio Sima Qian, influenciado por uma escola de pensadores de sua época, acreditava que a ascensão e decadência das monarquias chinesas constituía-se num ciclo natural cósmico.[10] Algumas considerações interessantes sobre ciclos históricos foram feitas também, na China moderna, antes da elaboração da idéia de centro / periferia, merecendo uma atenção maior.[11]
Conclusão
As proposições defendidas pelo nosso teórico parecem ser razoavelmente aplicáveis ao caso da China, devendo sofrer apenas os ajustes necessários às condições materiais e culturais da mesma. Nos parece, por conseguinte, ser bastante interessante notar que o sistema centro / periferia pode ser aplicado à culturas diversas e em contextos diferenciados, o que a torna uma teoria bastante atraente que responde, em escala concisa e detalhada, as necessidades de estudo das estruturas materiais e mentais de várias épocas do mundo. Essas respostas tem um alcance definido pelo objeto de estudo, mas são facilmente cambiáveis com pesquisas preliminares não excluindo, assim, outras áreas do estudo humano que possam corroborar com as explicações necessárias a compreensão do nosso objeto. No caso específico da Sinologia (Escarra, 1939), campo de estudo que tende à abarcar naturalmente várias áreas do conhecimento humano, as perspectivas explicativas do modelo imperial chinês parecem ser mais do que adequadas para entender a realidade desta civilização na sua antiguidade e mostrar a viabilidade do nosso modelo explicativo para culturas diversas.
Bibliografia
AYMARD, A. “A China dos Qin e dos Han” in CROUZET, M. (org.) História Geral das Civilizações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993 V.5
CHANG, K. The archaeology of ancient China. London: Yale Univer. Press, 1968
CHU, T. Han social structure. Washington: Washington University Press, 1972
ESCARRA, J. La Chine. Paris: Armand Colin, 1939
GERNET, J. O mundo chinês. Lisboa: Cosmo, 1979.
GRANET, M. A civilização chinesa. Rio de Janeiro: Ferni, 1979.
GRANET, M. La Feodalite Chinoise. Paris: Imago, 1981
GRANET, M. O pensamento Chinês. São Paulo: Contraponto, 1997
LOEWE, M. China Imperial. Madrid, 1969
ROWLANDS, M. et alli. Center and Periphery in the Ancient World. Cambridge: Cambridge University Press, 1987
YATES, R. “The city state in ancient china” in The archaeology of city states. London: Smithsonian Institution Press, 1997
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[1] Kong Fu Zi, conhecido por nós como Confúcio, era considerado na China, além de Filósofo, como historiador. Teria vivido entre VI-V a.C. e teria legado, entre vários escritos, dois livros de História: o Shu Jing (Tratado da História, que narra desde os primeiros períodos do Império Chinês) e o Chun Qiu (Anais das Primaveras e Outonos, que seriam uma história de sua terra natal.
[2] Sima Qian, o primeiro grande historiador chinês, que teria vivido no século I a.C. Redigiu, utilizando – se de vários métodos inovadores na época, o Shi Ji (recordações históricas), que narram a História da China desde o começo mítico até o período Han, no qual viveu. Sua precisão histórica é comprovada por estudos atuais, mas o mais impressionante é reconhecer sua lucidez quando afirmava que não acreditava em muito do que se contava sobre os períodos ermos e de que não tinha certeza das datações antes do século IX a.C. – no que estava novamente correto. (N.A.)
[3][8] O Legismo, ou Escola das Leis (Fa Jia) foi mais uma das doutrinas que teria surgido no período próximo dos Estados Combatentes, mas ela teve realmente alcance e destaque com Han Fei e Li su, ideólogos fundamentais do regime Qin. Uma análise detalhada sobre esta escola (e outras) encontra-se no livro de GRANET, M. O pensamento Chinês. Lisboa:Contraponto, 1997
[4] O Confucionismo pregava união social, respeito à família, amor ao trabalho e principalmente, a educação como forma de aperfeiçoamento humano e ascensão social meritória. O decreto quanto ao confucionismo foi promulgado por Liu Bang, 1o Imperador.
[5] Qin Shing Huang Di, o 1o imperador Qin, era adepto das idéias legistas, tendo feito com elas o que Liu Bang faria, depois, com o confucionismo na era Han.
[6] Die Grobe Mauer (A Grande Muralha) in Enciclopédia do Patrimônio da Humanidade,UNESCO, 1994. As informações contidas no documentário são válidas, segundo ainda comentário de GERNET, 1979.
[7] O período dos Estados Combatentes é remetido, em suas causas, até a época de Confúcio, na visão dos historiadores atuais.
[8] Isto se manifesta no fato da china ter sido um Império até o início do século 20.
[9] Período dos Três reinos, que se alternam de forma fragmentária até Sui e logo depois Tang, em 620 d.C.
[10] Essa escola era a Escola das 5 fases, ou Wu Xing Jia que possuía um sistema interpretativo da natureza que acreditava na existência de 5 elementos organizados em ciclos destrutivos e construtivos, que Sima Qian aplicou a História. Mais sobre esta escola, ver Granet, 1997.
[11] LEE, J.S. “O reaparecimento periódico das guerras de extermínio na China” in The Journal of science and arts, USA: 1931 março – abril . O autor faz um interessante gráfico, baseado nesta cronologia chinesa, de ciclos de poder existentes na China antiga, semelhantes aos ciclos de Kondratiev. O mais interessante é perceber que suas análises gráficas e quantitativas dão razão, novamente, em termos numéricos, a Sima Qian e sua análise sobre os eventos até então ocorridos na sua época. LEE é mais abrangente em seu trabalho, mas é de pasmar que um autor antigo como Sima Qian tenha conseguido tantos avanços no campo do método.
Relações de Centro e Periferia na na China Antiga - Mestrado em História. Niterói: UFF, 2001
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