O Mestre disse: "Quem sairia de uma casa sem usar a porta?Por que as pessoas insistem em andar fora do Caminho?"(Lunyu, 6)
No Conto ficcional de Machado de Assis, “O Segredo do Bonzo”, Patimau e Languru são dois discípulos pilantras do Mestre Pomada, encontrados por Fernão Mendes Pinto, Diogo Meireles e outros viajantes portugueses, em um imaginário país asiático lá pelos idos do século 16. Patimau era o criador de uma teoria belíssima, porém absolutamente mentirosa, de que os grilos surgiam de uma conjunção de ar, folhas de coqueiro e a lua nova. Intrigados, Diogo e seus colegas buscam conhecer o mestre fundador de uma doutrina tão peculiar, e o encontram na figura de Pomada, que assim lhes apresenta sua forma de pensar:
- Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber, têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo contacto com outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas coisas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem; então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu a doutrina salvadora. [...] Mal podeis adivinhar o que me deu idéia da nova doutrina; foi nada menos que a pedra da lua, essa insigne pedra tão luminosa que, posta no cabeço de uma montanha ou no píncaro de uma torre, dá claridade a uma campina inteira, ainda a mais dilatada. Uma tal pedra, com tais quilates de luz, não existiu nunca, e ninguém jamais a viu; mas muita gente crê que existe e mais de um dirá que a viu com os seus próprio olhos. Considerei o caso, e entendi que, se uma coisa pode existir na opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade, sem existir na opinião, a conclusão é que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião, não a da realidade, que é apenas conveniente. Tão depressa fiz este achado especulativo, como dei graças a Deus do favor especial, e determinei-me a verificá-lo por experiências; o que alcancei, em mais de um caso, que não relato, por vos não tomar o tempo. Para compreender a eficácia do meu sistema, basta advertir que os grilos não podem nascer do ar e das folhas de coqueiro, na conjunção da lua nova, e por outro lado, o princípio da vida futura não está em uma certa gota de sangue de vaca; mas Patimau e Languru, varões astutos, com tal arte souberam meter estas duas idéias no ânimo da multidão, que hoje desfrutam a nomeada de grandes físicos e maiores filósofos, e têm consigo pessoas capazes de dar a vida por eles.
A ironia de Machado é absolutamente precisa e fortuita. No que toca o mundo da sinologia – e mais extensivamente, o acadêmico – a construção das afirmativas e posições pouco tem a ver, muitas vezes, com algum tipo de fundamentação teórica ou mesmo experiencial. Em geral, as pessoas gostam de afirmar coisas que não podem provar, mas sabem que isso faz pouca diferença para quem escuta. De fato, se há realmente algo que engrandece a vida dos pseudo-estudiosos é o que eles afirmam ter feito (ou fazer), ainda que isso diga ou signifique muito pouco. Mas, como disse Confúcio, “postos, porém, diante de uma armadilha, não sabem o que fazer”, a não ser...criar novas histórias!
No Shiji de Sima Qian, aparece uma história em que o sábio Confúcio, aflito por sua doutrina ser amplamente ignorada pelo vulgo, pergunta aos seus discípulos a razão disso:
O grupo de Confúcio não tinha meios de escapar, e os mantimentos começaram a escassear; muitos caíram de cama, enfermos; Confúcio entretanto continuava a ler, e a cantar acompanhando-se com um instrumento de cordas, sem alterar-se. Com evidente raiva, Zilu dirigiu-se ao Mestre: "Também o gentil-homem se vê em dificuldades, às vezes?" E Confúcio replicou: "Decerto, mas só o homem vulgar é que, ao se ver em dificuldades, perde a sua personalidade e comete toda sorte de tolices." Zikung ficou visivelmente impressionado com essas palavras do Mestre, e ele continuou, noutro tom: "Ah Zi, tu imaginas que eu aprendi uma porção de coisas e as tenho de cor?" E Zikung: "Imagino, pois não é verdade?" Confúcio disse: "Não, o que eu tenho realmente é uma linha mestra que passa através de todos os meus conhecimentos". Confúcio ficou então sabendo que seus discípulos estavam zangados e com o desapontamento na alma; chamou Zilu para dentro e o interrogou: "Está no LIVRO DOS CANTARES: "Nem búfalos nem tigres, que erram pelo deserto" (uma comparação com eles próprios). Achas errado o que eu ensino? Como é que eu me coloco, nesta situação?" Zilu respondeu: "Talvez não sejamos bastante grandes e não tenhamos sabido granjear a confiança do povo. Talvez não sejamos bastante sábios e o povo não queira seguir nossos conselhos." Confúcio falou: "Pois é assim? Ah Lu, se os grandes homens pudessem granjear sempre a confiança do povo, por que iriam Poyi e Shuchi para as montanhas, morrer de fome? Se os sábios sempre tivessem os seus conselhos seguidos pelo povo, por que o Príncipe Pikan haveria de suicidar-se?" Zilu saiu e Zikung entrou, e Confúcio disse: "Ah Zi, está no LIVRO DOS CANTARES: "Nem búfalos nem tigres, que erram pelo deserto." Há erro em meus ensinamentos? Como me coloco nesta situação?" Zikung respondeu: "Os ensinamentos do Mestre são demasiado grandiosos para o povo, e eis por que êle não os segue. Por que não baixais um pouco das vossas alturas?" Confúcio falou: "Ah Zi, o bom lavrador semeia o campo mas não pode garantir a safra, e o bom artesão esmera-se no trabalho mas não pode garantir que agradará a seus fregueses. Eis que não tendes mais interesse em cultivar a vós próprios, senão em serdes aceitos pelo povo ... receio que não estejais buscando para vós mesmos o padrão mais elevado." Zikung saiu, entrou Yen Huei e Confúcio lhe disse: "Ah Huei, está no LIVRO DOS CANTARES: "Nem búfalos nem tigres, que erram pelo deserto." Há erro no que ensino? Como me coloco nesta situação?" E Yen Huei falou: "Os ensinamentos do Mestre são tão grandiosos...por isto o mundo não os pode adotar. Não obstante, deveis fazer o possível para divulgar vossas idéias. Que vos importa se elas não são aceitas? O simples fato de não as aceitarem prova que sois realmente um homem superior. Se a verdade não é cultivada por nós, a vergonha é nossa; mas se nos dedicamos exaustivamente à pregação de uma ordem moral e ela não é seguida pelo povo, a vergonha é dos que estão no poder. Que vos importa isso? O fato de não vos aceitarem mostra que sois um verdadeiro gentil-homem." Confúcio ficou satisfeito e falou sorrindo:"Pois é assim? Ó filho de Yen, és um homem precioso, eu devia ser teu servo!"
Ora, o que Confúcio faz aqui é uma demonstração sublime de humildade; mas esta mesma humildade, em geral, é entendida como fraqueza ou submissão. Eis a razão pela qual um farsante nunca abandona o hábito de fabricar histórias, posturas e imagens. Hanyu, pensador confucionista da época Tang, conta-nos a história de um aluno que queria saber por que grandes sábios andavam em andrajos, se podiam ter tudo. O mestre respondeu-lhe brilhantemente:
Uma manhã, o mestre do colégio imperial entrou na sala da universidade e dirigiu o seguinte discurso aos estudantes que se encontravam em seu curso:
- Toda obra se aperfeiçoa e se arruína com a negligência. Assim mesmo, a conduta é cabal para a força da meditação, ainda que a desatenção a desencaminhe. Atualmente, a sabedoria do príncipe é secundada pela de seus ministros; os benefícios que emanam do bom governo se espalham por toda parte. Extirpam-se e se destroem o mal e a perversão, se eleva e honra o virtuoso e sincero. Atraem-se com cargos bem remunerados até mesmo aqueles que possuem pequenas qualidades; se emprega sem exceção a todos que tem fama, ainda que somente seja por sua capacidade. Se tenta na medida do possível não se omitir nada, se tiram as qualidades da imundice que as rodeiam e se lhes dá lustre. Pode haver homens que hajam sido eleitos pela sorte, mas não falarei nada que possa desdizer que estes possuam grandes méritos e ocupem um grande cargo. Em sua carreira de estudantes, vocês devem temer não poder aperfeiçoar vossas capacidades quanto seja possível, sem se preocupar se as autoridades não estão suficientemente ilustradas. Assim mesmo, em vossos atos, deveis temer não poder levar a cabo todo o esforço necessário, sem preocupar-se se as autoridades não são justas...
Ainda não havia acabado de falar quando um estudante começou a rir e disse:
- mestre, está gozando da nossa cara? Levei muito tempo seguindo seus ensinamentos. Sua boca vive recitando os textos canônicos que suas mãos folheiam sem cessar. você vive pesquisando os autores clássicos, pondo sempre em relevo os pontos mais importantes das narrativas e destacando o sentido mais profundo dos discursos. Suas aspirações são muito amplas e as realizas perfeitamente, sem deixar de lado as grandes linhas ou os detalhes. Ao anoitecer segues trabalhando a luz de uma lamparina, e ao longo de horas você de esforça sem descanso. Realmente, se pode dizer que seu trabalho esta feito. {...} Desde a sua juventude, mal começou a estudar e você manifestou seu valor atuando; ao chegar a idade madura, aprendestes os métodos corretos da ação, e sua conduta é irrepreensível em todos os pontos. Realmente se pode dizer que sua atitude com os homens é impecável. No entanto, em sua vida pública, se vêem poucos que confiam em você; na sua vida privada, os amigos o deixam na mão. Você tropeça, se enrola, encontra o fracasso e a censura. Em certa época, você já foi censor, e depois foi exilado para terras bárbaras; foi funcionário durante 3 anos, sem que o governo confiasse em você. Seu destino parece conspirar com seus inimigos, e são muitos os reveses da sua vida. Por mais suave que tenha sido o inverno, seus filhos choravam de frio; as colheitas foram abundantes, e sua esposa passava fome. Tens a cabeça calva e os dentes ruins; sua vida chega ao fim, e que bem você alcançou? Mas não sabes meditar sobre isso; ao contrário, acaba de dar-nos preceitos sobre a vida humana.
- venha cá, disse o mestre. Chegue bem perto e escute. Das grandes árvores se fazem as vigas, das pequenas os caibros. Colunas, trancas, fechaduras, tudo tem sua utilidade. Construir uma casa com eles é o trabalho do carpinteiro. O jade e o cinábrio, a urina de boi e o excremento do cavalo, o bambu vermelho e o pé de tambura são nomes de remédios que se guardam juntos utilizar todos como se é devido e sem omitir nenhum se constitui a arte do medico. Elevar os inteligentes e eleger os capazes, conduzir hábeis e torpes, trazer os sagazes de mente ágil, criar heróis que tenham grande valor, medir os excessos e insuficiências para empregar a cada um em seu cargo que lhe convém se constitui no trabalho do primeiro ministro. Quanto a mim, professor, por mais aplicação que tenha mostrado em meu estudo, não tenho podido seguir a grande corrente de idéias; por abundantes que sejam minhas palavras, não tenho alcançado a real natureza das coisas; por mais refinado que seja meu estilo, não consegui alcançar nada útil; por melhor que seja minha conduta, não tenho feito nada para me destacar na multidão. Apesar disso, gasto mal o dinheiro que o estado me paga todo mês, e como todo o grão que me dá o governo. Meus filhos não sabem lavrar o campo, nem minha mulher sabe tecer. Desço do cavalo e já estou rodeado de alunos. Só tenho tempo para sentar e comer. sigo cegamente o caminho habitual. Olho os antigos para imitá-los. Apesar disso, o soberano não me pune e o primeiro ministro não me expulsa. Acaso sou mal afortunado? Se minhas ações provocam censuras, me dão renome também. O que eu mereceria, com minhas capacidades, seria engrossar a fila dos desempregados, depois de ter ocupado algum cargo sem importância. Assim, se você me examina se possuo ou não riquezas, se meu nível está alto ou baixo, se esquecendo da justa medida a que me atenho alegando os defeitos dos que obtiveram honras, será como criticar o carpinteiro que fez uma pilastra no lugar de uma coluna, ou de a um medico que empregou um remédio ao invés de outro.
Aquele que defende a via calcado numa sinceridade moral, pois, vive de um tal modo que é incompreensível para os que acreditam nas aparências. Ninguém pode entender como ou porque ele não tira proveito material ou social de suas conquistas pessoais. Aos olhos do vulgo, seu saber parece pouco eficaz, e quanto mais o sábio estuda, mais ele percebe o quanto não sabe - enquanto os outros tem absoluta certeza de saber aquilo que não sabem.
Tais afirmações parecem dogmáticas, ainda que inspiradas em pensadores antigos. A constatação de sua veracidade só se pode dar, realmente, se aquele que busca o saber procurar entender o que NÃO aprendeu quando estudava com os mestres ou discípulos da opinião. Infelizmente, muitos nunca perceberão o que estava errado; outros tantos terão aquele sentimento de “fui enganado”, ou “devia ter feito diferente”, o que pode ser traduzido como arrependimento; mesmo sabendo disso, hão de manter as aparências; apenas uns poucos talvez percebam a diferença entre o saber real e o saber-de-aparência, mas ao fazê-lo, mesmo assim podem se surpreender e mudar de atitude, buscando o saber real, ou podem transformar-se em discípulos de Pomada!
Mas outro dia, encontrei um ensaio de Lin Yutang (presente na sua coletânea “Com Amor e Ironia”) intitulado “Yupuwei”, que poderia ser traduzido como “O que eu não faço”. Yutang baseou o título de seu ensaio no hábito que alguns escritores chineses tinham de nomear seus livros como apologias ou desculpas, e aproveitou o ensejo para declarar algumas das coisas que buscava não praticar como intelectual, ser humano e escritor. Bem, qual a relação disso com a academia e a sinologia, como declarei desde o início? Se bem aproveitada a ocasião, o que desejo fazer aqui é uma relação de coisas que, creio eu, um profissional de ensino e pesquisador NUNCA deveriam fazer, na minha opinião. Como diz o título do texto, empreguei o mesmo recurso de Yutang – “Bushi Patimau” – ou, “Não ser Patimau” para dar um sentido as observações que faço sobre o exercício de pensar e ensinar. As afirmações que se seguem, em grande parte, baseiam-se igualmente nas afirmações de Confúcio, o professor que um dia pavimentou (com pedras) o caminho daquilo que pensamos ser a sabedoria.
O que não ser
Não ser soberbo – pois quase tudo que aprendemos muda, um dia. O que sabemos agora há de ser erro depois, e só o sábio entende que deve mudar quando necessário. Mas há um fio central que percorre a sabedoria... O Mestre disse: "Não te preocupes se as pessoas não reconhecem teus méritos; preocupa-te se não reconheceres os delas". (Lunyu, 1)
Não ser vaidoso – muitos pensam que o respeito se conquista por roupas ou posturas. Se há algo adequado para se usar, isso não mostra saber. O sábio é respeitoso, e só. O Mestre disse: "Conversa inteligente e modos afetados raramente são sinais de bondade". (Lunyu, 1) e O Mestre disse: "Um erudito coloca seu coração no Caminho; se ele se envergonha de suas roupas surradas e de seu alimento modesto, ele não merece ser escutado". (Lunyu, 4)
Não acobertar o erro – pois isso é dar falsa esperança ao estudante. Ele aprende que pode sempre errar porque será perdoado, e seu conhecimento se formará cheio de lacunas. Não se pode dar conhecimento a alguém, apenas fornecer os elementos para isso. O esforço, porém, é individual. O pior crime que alguém pode cometer e fazer crer que alguém está aprendendo quando não está. "Estudar sem pensar é fútil. Pensar sem estudar é perigoso". (Lunyu, 2)
Não ser parcial – pois ao contrário do que se pensa, os que mais pregam a moralidade são parciais, e somente favorecem os seus. Quando a “moralidade” é uma coberta para o erro, ela faz estragos terríveis. A verdadeira imparcialidade, se é que existe, é dar a todos o que precisam – ou, às vezes, o que querem. Este último recurso só vale quando não há muito mais a fazer, a não ser deixar que os errados se estrepem. O Mestre disse: "O cavalheiro considera mais o todo do que as partes. O homem pequeno considera mais as partes do que o todo". (Lunyu, 2) pois O Mestre disse: "Um cavalheiro considera o que é justo; um homem pequeno considera o que é vantajoso". (Lunyu, 4)
Não ser desleal – a lealdade não encobre o erro, ao contrário, ela é o meio sincero pelo qual se dissolvem os erros – ou as amizades, quando não há lealdade. Por isso, alguém que é fiel a sua causa o é até o limite, ainda que não se entenda as suas atitudes. "Examino a mim mesmo três vezes por dia. Ao intervir em favor dos outros, fui digno de confiança? Na relação com meus amigos, fui leal? Pratiquei o que aprendi?" (Lunyu,1)
Não ser pretensioso - a humildade real é o sentido do que fazemos. Aqueles que crêem saber e por isso chacotam ou ofendem aos outros já perderam os respeito por si mesmos. A ironia é o fino humor do sábio; a resistência é sua ação para mudar. A humildade consiste na preocupação intima em reconhecer seus erros e erradicá-los. Por isso um sábio pode ser humilde, mas não é subserviente; pode lutar, sem ser violento; pode submeter, sem ser detido com a morte. Pode ser Confúcio, Jesus, Buda, Gandhi ou Martin Luther king. O Mestre disse: "Riqueza e posição é o que todo homem almeja; no entanto, se a única maneira de obtê-lo contraria seus princípios, ele deveria desistir de tal objetivo. Pobreza e obscuridade é o que todo homem detesta; no entanto, se a única maneira de escapar delas contraria seus princípios, ele deveria aceitar sua sina. Se um cavalheiro abandona a humanidade, como poderá construir um nome para si? Nunca, nem por um momento, um cavalheiro se afasta da humanidade; ele se agarra a ela em meio às provações, ele se agarra a ela em meio às tribulações". (Lunyu, 4)
Não ser falso modesto - tão ruim quanto o soberbo é o falso humilde. Este pouco sabe, e defende sua ignorância com a intransigência. “Não ficar transtornado quando os próprios méritos são ignorados: não é isso a marca distintiva de um cavalheiro?” (Lunyu, 1)
Não ser pedante ou bajulador – a verdadeira liberdade consiste em nunca depender da bajulação, e manter o seu direito de dizer a verdade, não importa que posição se ocupe. O Mestre disse: "Não te preocupes se não tens uma posição; preocupa-te caso não mereças uma posição. Não te preocupes se não fores famoso; preocupa-te caso não mereças ser famoso". (Lunyu, 4) pois O Mestre disse a Zixia: "Sê um homem culto nobre, não um pedante vulgar". (Lunyu, 6)
Não ser.... - pois apenas não seja. Sendo algo, nunca poderemos ser outra coisa. O sábio se adapta, sem perder seu caráter. Todos querem ser - o sábio só deseja estar. E a mudança é o único principio que permanece. O Mestre disse: "Zilu, vou ensinar-te o que é o conhecimento. Tomar o que sabes pelo que sabes, e o que não sabes pelo que não sabes, isso é conhecimento". (Lunyu, 2)
Faço do final as palavras de Hanyu: e ainda que eu diga, poucos escutarão. Mas, tal como uma arvore que dá seus frutos sem preocupar-se se alguém vai comê-los, assim também é a verdade até que ela seja descoberta. Não podemos ser Patimau, e viver da opinião. Se há um conhecimento, ele deve ser buscado. Ou esqueça-o!
Ran Qiu disse: "Não é que eu não goste do caminho do Mestre, mas não tenho a força para segui-lo". O Mestre disse: "Quem não tem a força pode sempre desistir no meio do caminho. Mas tu desistes antes de começar". (Lunyu, 6)
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