Havia um velho sábio, muito sábio – tanto quanto um sábio precisa ser velho para ser sábio. Sua mente alcançava longe, suas palavras eram afiadas, seu conhecimento parecia infinito e suas dúvidas, insondáveis.
Pois bem, estava o nosso velhinho sábio a andar pela floresta quando deu-lhe na telha acender o cachimbo. Infelizmente, porém, ele não tinha um acendedor. Viu uma casa próxima de onde estava, no meio de um lago, e chamou por alguém para ajudá-lo. Da janela, apareceu uma criança, que perguntou o que ele queria.
-você teria uma brasa para acender meu cachimbo, - perguntou o velho sábio.
-claro, venha aqui pegar, disse o garoto.
- Não posso, ele respondeu – estou velho e não teria forças.
- espere um pouco!
Nisso, o garoto sai de casa com um punhado de terra na mão e em cima dele, uma brasa. Atravessa a água, e acende o cachimbo do velho, que fica imensamente agradecido.
A pergunta é: quem é mais sábio?
Somente os tolos acham que é a criança. Alguém não deixa de ser sábio porque seu corpo não obedece mais sua mente. Obviamente o velho continua sendo mais sábio, mas só os mais inteligentes compreendem isso.
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