Meditação sobre a Ação e a Atitude


Poema sobre a conduta
Quando alguém atua contra a justiça, quando fala contra a razão, ainda que ele saia convencido de sua própria razão, deveria envergonhar-se de si mesmo. No entanto, quando alguém segue sem desalento o caminho reto das palavras e dos atos, ainda que esteja correndo perigo de morte, como pode se arrepender de sua conduta? Tem ele a consciência em paz, e está tranqüilo. Mas se alguém se encontra em paz em meio as calamidades, quem remediará os males? E se quando tudo vai bem, alguém está triste, quando poderá ser feliz? Ai, arrependimento! Não se pode esquecê-lo, e nem deixar de ter-lo. Realmente, se isso é a única conclusão que se chega quando se medita, mas valeria não meditar!
Hanyu

A pergunta é: tem o sábio paz em algum momento? Somente aquela que dá a si mesmo, por saber que pode dormir em harmonia com sua consciência - ele é sua consciência. No entanto, ele sofre injustiças, e seu consolo é saber que elas são, de fato, injustas. Ele se preocupa com os outros, ainda que estes não sejam dignos de tal - mas o sábio vislumbra a humanidade, e não apenas as pessoas - e ele as separa, somente, entre os sábios, os não educados e as pessoas pequenas. Assim é que o sábio atravessa a existência preocupando-se com o que faz de si mesmo e o que pode fazer pelos outros. Ao ver as calamidades, preocupa-se com o bem estar alheio; ao perceber as camarilhas, empenha-se em inibir suas ações danosas. Como ele poderia ter paz e sossego, então? Confúcio não as teve plenamente, e às vezes ficava bravo. Mas uma coisa é certa; é mais fácil consolar um triste em épocas boas do que estar em calma no meio das tormentas; e mesmo esta calma significa auto-controle, mas não a alienação fria da realidade. Por esta razão que o humanismo confucionista é uma atitude; ele busca reformar o mundo pelo seu próprio bem estar, e nunca dá descanso, de fato, ao sábio. Uma pessoa preocupada com o mundo só descansa quando morre, e mesmo assim não sossega - ha sempre aquela sensação de que se podia ter feito algo mais... por isso diz o Daxue:

Na banheira do soberano Tang, estava escrito: "renova-te, renova-te, renova-te, todos os dias".

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